AMO desafia presidentes das juntas de freguesia do concelho de Ourém a acolher e integrar famílias ucranianas O Presidente da Assembleia Municipal, João Moura, enviou esta tarde uma carta aberta a todos os presidentes de junta a apelar para que todos se envolvam no processo de acolhimento das famílias que fogem da guerra na Ucrânia.
A boa imagem que existe em relação à comunidade ucraniana já a viver em Portugal, a carência de mão de obra em diversos setores e a falta de população em várias zonas do concelho criam disponibilidade para acolher este povo-irmão.

Transcrevemos na integra a carta aberta.
Ex.mo(a) Senhor(a) Presidente de Junta de Freguesia,
A Europa atravessa um dos seus momentos mais difíceis de sempre. A guerra na Ucrânia está a gerar uma onda de refugiados e estamos certos de que muitos escolherão o nosso País para recomeçar as suas vidas.
A presença do povo ucraniano entre nós não é uma novidade. Os dados oficiais apontam para a permanência de 460 ucranianos no concelho, sendo que, em 2020, 438 já se encontravam com a sua situação regularizada.
Pessoas honestas, trabalhadoras e com elevado nível de instrução, a integração da comunidade ucraniana no concelho de Ourém tem sido realizada de forma exemplar.
Atendendo ao momento especial que estamos a atravessar e à quase ausência de respostas da parte do Governo, nós, eleitos locais, temos uma responsabilidade acrescida na comunidade.
Cada um dos senhores autarcas pode ter um papel fundamental no acolhimento e integração de muitas das famílias, nas respetivas freguesias.
Num apelo sincero à vossa solidariedade e caráter humanista, desafio os executivos das juntas, que serão os parceiros privilegiados nesta ação, para que possam realizar um trabalho sério na procura de condições de habitação para estas famílias, bem como a possibilidade de os inserir na vida ativa.
Não pretendemos dar uma casa a estas pessoas. Queremos dar-lhes a possibilidade de terem um lar.
São várias as razões que me levam a fazer este apelo: primeiro, sabemos que nos nossos lugares existem muitas casas desabitadas e com condições para acolher estas pessoas. Os oureenses já mostraram ser solidários em vários momentos e certamente que neste também serão; Segundo, o nosso concelho tem uma elevada carência de mão de obra em várias áreas; Terceiro, Ourém, nomeadamente os lugares do norte do concelho, têm perdido população. Temos aqui uma oportunidade de ver crescer as nossas freguesias, com as mulheres e crianças oriundas deste povo-irmão.
Senhores(as) Presidentes de Junta,
Estou certo de que daremos as mãos neste propósito. Não basta sermos solidários com as palavras. É momento de partirmos para a ação.
Conto convosco.

O Presidente da Assembleia Municipal de Ourém
João Moura